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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A BÍBLIA SAGRADA


Muitas são as indagações, teorias e dúvidas quando o assunto é a Bíblia Sagrada. Como foi formada? O que ela ensina? Se, foi escrita por homens, como pode ser um livro Divino? Etc...

O Apóstolo Pedro em sua segunda epístola no capítulo 1 e versículos 19 ao 21 diz: “... E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.

Pretendemos que, neste pequeno espaço, dirimir algumas dúvidas, trazendo á tona, alguns fatos sobre a Bíblia, que não podem ser alterados, expurgados, ignorados ou suprimidos, pois, os mesmos constam nos anais da história da humanidade, estando até mesmo ao alcance dos mais leigos, críticos, curiosos, etc.. sobre o assunto.

O Vocábulo Bíblia

O vocábulo Bíblia não se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas da capa, mas não no texto do volume. Donde, pois, nos vem este vocábulo? Vem do grego, a língua original do Novo Testamento.

A palavra grega Bíblia, no plural, deriva do grego bíblos ou bíblion que significa rolo ou livro. Bíblion, no caso nominativo plural, assume a forma bíblia, significando livros. No latim medieval, é usado como uma palavra singular – uma coleção de livrou ou “a Bíblia”.

Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblion, e vários destes era uma bíblia. Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer coleção de livros pequenos. Com a invenção do papel desapareceram os rolos, e a palavra bíblos deu origem a livro, como se vê em biblioteca, bibliografia, etc... É consenso geral entre os doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da nossa era.

Devido as Escrituras formarem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo um plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O LIVRO, isto é, O Livro dos livros; O Livro por Excelência. Como Livro Divino, a definição canônica da Bíblia é “A REVELAÇÃO DE DEUS À HUMANIDADE”.

Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a sim mesma, isto é, nomes canônicos, são:

- Escrituras (Mateus 21.42);
- Sagradas Escrituras (Romanos 1.2);
- Livro do Senhor (Isaías 34.16);
- A Palavra de Deus (Hebreus 4.12);
- Os Oráculos de Deus (Romanos 3.2);

O Cânon Bíblico
A Palavra Cânon vem do latim canon, onis; e do grego Kanón (talo, regra, norma) e significa entre outros, segundo o dicionário Aurélio:
- Padrão, Modelo, norma;
- Preceito de direito eclesiástico;
- Lista autêntica dos livros considerados como inspirados, por Israelitas, Protestantes e católicos (exceto os livros apócrifos).

Originalmente a composição da bíblia era em forma de rolos, que eram feitos de papiro ou pergaminho.

O Papiro era uma planta aquática que crescia junto aos rios e lagos do Oriente; da onde criavam uma folha para escrever, feita de tiras cortadas, umedecidas e entrecruzadas e geralmente polida após a secagem, criado pelos egípcios, foi o principal suporte a escrita na Antiguidade, especialmente no Mediterrâneo. Esta planta existe ainda hoje no Sudão, Galiléia Superior e vale de Sarom. É Mencionado na bíblia como junco, exemplos Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. De papiro deriva-se a nossa palavra papel. Seu uso nas Escrituras vem do ano 3000 a.C.

O Pergaminho, melhor e mais durável que o papiro, consistia em peles principalmente de carneiro ou ovelha, submetidas a um banho de cal e depois raspadas e polidas com pedra-pomes (seca, leve e porosa), depois lavavam e raspavam novamente e colocavam em molduras de madeira, para evitar a formação de pregas ou rugas, por fim, recebiam uma ou mais demãos de alvaiade (pigmento branco, constituído de carbonato de chumbo, usado em pintura de exteriores).
O nome pergaminho deriva da cidade Pérgamo, onde, provavelmente no século II a.C., o processo foi desenvolvido. É Também mencionado na Bíblia, como em 2º Timóteo 4.13.

A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo, assim, vemos que a princípio os livros não eram reunidos uns aos outros como os temos agora, o que tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses, bem como a do prelo de tipos móveis em 1450 d.C., por Gutenberg.

O Cânon do Antigo Testamento como temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, após o ano 445 a.C., mas foi formado num período de mais ou menos 1.046 anos. Evidentemente, Esdras não foi o último escritor, os últimos foram Neemias e Malaquias, porém, de acordo com os escritos históricos judaicos, foi ele que, na qualidade de escriba e sacerdote reuniu os rolos canônicos, fixando o cânon do Antigo Testamento encerrado em seu tempo. A nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros, em da Septuaginta, que foi a primeira tradução das Escrituras, feita do hebraico para o grego, cerca do ano 285 a.C.

Em 90 d.C., em Jâmnia, perto da moderna Jafa, na Palestina, os rabinos num concílio sob a presidência de Johanan ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento.

Já o Cânon do Novo Testamento, levou quase 100 anos. No ano 100 d.C., todos os livros do Novo Testamento já estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento canônico dos mesmos, devido ao cuidado e escrúpulo das igrejas de então, que exigiam provas concludentes de sua inspiração divina.
A ordem dos 27 livros do Novo Testamento como temos atualmente em nossas bíblias, vem da Vulgata.
O Reconhecimento e a fixação do cânon do Novo Testamento ocorreu no III Concílio de Cartago, no ano 397 d.C.

As Línguas originais da Bíblia

Hebraico - Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, exceto algumas passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram escritas em aramaico. A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem qualquer sinal de vocalização. Após o século VI, os eruditos judaicos residentes em Tiberíades, passaram a colocar na escrita, sinais vocálicos, perpetuando assim a pronúncia tradicional.
Aramaico – O aramaico é um idioma semítico falado há 2.000 anos antes de Cristo, em Arã ou Síria, falado também em grande área da Arábia Pétrea. A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, pois, quando Israel começou a regressar do exílio babilônico, falava o aramaico como língua vernácula, ou oficial. No tempo de Cristo o aramaico já era muito popular.

Grego – O Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, que das línguas bíblicas é a que mais se conhece, devido ser a mais próxima da língua portuguesa. O grego do Novo Testamento era o mais popular, usado por comerciantes, estudantes, etc... denominado “koiné”. Este dialeto formou-se a partir das conquistas de Alexandre, em 336 a.C. Nos primórdios do Cristianismo o Evangelho pregado ou escrito em grego podia ser compreendido pelo mundo todo.

Os manuscritos da Bíblia

A história da Bíblia, como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos, que são rolos ou livros da antiga literatura, escritos á mão, que quanto ao seu formato podem ser códices ou rolos (Códice é um manuscrito em formato de livro, feito de pergaminho). A falta de manuscritos originais provém do seguinte: O costume dos judeus de enterrar todos os manuscritos; os reis ímpios de Israel podem ter destruído muitos manuscritos ou terem contribuído para isso; Antíoco Epífanes, rei da Síria (175-164 a.C.) extremamente cruel, assolou Jerusalém em 168 e destruiu todas as cópias das Sagradas Escrituras que achou. Já nos dias de Diocleciano, imperador romano (284-305 d.C.), durante dez anos mandou destruir todos os escritos sagrados que haviam no império.

Até a descoberta dos manuscritos do Mar Morto em 1947, os mais antigos e importantes manuscritos do Antigo Testamento em hebraico, eram:

a) Códice dos Primeiros e Últimos Profetas – na sinagoga caraíta do Cairo, Egito, reescrito em Tiberíades em 895 d.C. por Moses ben Asher, erudito judeu;
b) Códice do Pentateuco – no Museu Britânico;
c) Códice Petropolitano – na biblioteca de São Petersburgo, Rússia;
d) Códice Aleppo – encontrava-se em Aleppo, Síria. Hoje encontra-se em Israel;
e) Códice 19 “A” – na biblioteca se São Petersburgo, Rússia;
f) O Rolo de Isaías – descobertos próximo ao Mar Morto em 1947.

Quanto ao Novo Testamento os mais antigos deles:

a) O Códice Vaticano ou “B” – pertence à biblioteca do Vaticano – Data 325 d.C.
b) O Códice Sinaítico ou “Álefe” – pertence ao Museu Britânico – Data 340 d.C.
c) O Códice Alexandrino ou “A” – pertence ao Museu Britânico – Data 425 d.C.
d) O Códice Efraimita ou “C” – na biblioteca Nacional de Paris – Data de 345 d.C.
e) O Códice Bezae ou “D” – na biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra – Data do século VI.
f) O Códice Claromontano ou “D2” – na biblioteca Nacional de Paris – Data do século VI.

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

O que vem a ser inspiração divina? É a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritos da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro.

A própria Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus, pois, a expressão “ASSIM DIZ O SENHOR”, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros, qual um carimbo de autenticidade, além de outras expressões equivalentes. A existência da Bíblia até aos nossos dias só pode ser explicada como um milagre.

Há nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, num período aproximadamente de 16 séculos. Esses homens na maior parte dos casos não se conheceram, viveram em lugares distantes, em três continentes, escrevendo em duas línguas principais. Devido a estas distâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que já havia sido escrito, sendo que muitas vezes um escritor iniciava um assunto, e séculos depois, um outro o completava com tanta riqueza de detalhes, que somente um livro vindo de Deus podia ser assim. Uma obra humana em tais circunstâncias seria indecifrável!

Os escritores foram homens de diversas atividades: Moisés, príncipe e legislador; Josué, comandante; Davi e Salomão, reis e poetas; Daniel, ministro de estado; Pedro, Tiago e João, pescadores; Zacarias e Jeremias, sacerdotes e profetas; Amós, homem do campo; Mateus, funcionário público; Paulo, teólogo e erudito e assim por diante.

Foram diversas as condições e circunstâncias na composição dos livros bíblicos, por exemplo: Moisés escreveu o Pentateuco nas solitárias paragens do deserto. Jeremias nas trevas e sujidade duma masmorra. Davi, nas verdes colinas dos campos. Paulo escreveu muitas das suas epístolas nas prisões. João no exílio, na ilha de Patmos, etc...

Se alguma falha for encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal feita, grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa aplicação do sentido do texto, etc...

A aprovação da Bíblia por Jesus – Jesus leu a bíblia (Lucas 4.16-20), Ensinou (Lucas 24.27), chamou de “a Palavra de Deus” (Marcos 7.13) e cumpriu (Lucas 24.44), nesta última referência Jesus põe sua aprovação em todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois, “Lei, Salmos e Profetas” eram as três divisões da Bíblia nos dias em que o Novo Testamento estava sendo formado.

O cumprimento fiel das profecias bíblicas – Inúmeras profecias da bíblia se cumpriram no passado, parcial ou total, por exemplo, as que falavam sobre o Messias (Jesus Cristo), antes do seu nascimento, que se cumpriram literalmente com toda precisão. Outro ponto saliente é o caso da nação israelita, que a Bíblia prediz sua dispersão, restauração, etc... E sobre os últimos quatro impérios mundiais (Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma) são admiravelmente descritos antes dos mesmos surgirem no cenário mundial (Daniel capítulo 7).

A imparcialidade da Bíblia – Se a Bíblia fosse um livro originado pelo homem, ela não poria a descoberto as faltas e falhas dele. Os homens jamais teriam produzido um livro como a Bíblia, que só dá toda a glória a Deus, enquanto mostra a fraqueza do homem.

O tema central da Bíblia – Jesus Cristo é o tema central. Ele mesmo no-lo declara em Lucas 24.44 – Ou seja, a plena “REVELAÇÃO DE DEUS À HUMANIDADE”.

Traduções da Bíblia até 2005 – A Bíblia toda e em parte achava-se traduzida em 2.377 das mais de 6.500 línguas existentes no mundo. Até 2005 a Bíblia toda tinha sido traduzida em 422 línguas. Só no Novo Testamento, em 1.079 línguas. Somente porções da Bíblia em mais 876 línguas. Ainda restam mais de 4.000 línguas em que ela precisa ser traduzida.

Mesmo os próprios inimigos da Bíblia admitem que nenhum livro em toda história da humanidade teve tamanha influência nas pessoas.

Depois de tantos séculos a Bíblia ainda causa transformações e milhões de pessoas no mundo todo, são inúmeros e incontáveis os testemunhos que gostaríamos de ressaltar, mas seria impossível.

Creio que, o pouco que aqui foi escrito, serve pra responder a pergunta acima, dizendo que a história da Bíblia, sua autenticidade e fidelidade estão muito mais acima do que imaginamos.

A Bíblia tem história!

Thiago Rodrigues Teixeira


BIBLIOGRAFIA

GILBERTO, A. - Bibliologia, introdução ao estudo da Bíblia. EETAD (Campinas – SP), 4ª Edição, 2003.

GILBERTO, A – Revista Manual do Obreiro. CPAD (Rio de Janeiro – RJ), ano 31 nº 44. 1º trimestre de 2009.

STAMPS, Donald C. – Bíblia de Estudo Pentecostal (ARC). CPAD (Rio de Janeiro – RJ), Edição de 1995.

Um comentário:

  1. A palavra de Deus tem sido para mim muito importante, pois através dela tenho encontrado a verdade sobre a vida, instrução para minha própria vida e da minha família e paz de espírito, além de saúde e amor. Bispa Eliana Libório Almeida de Carvalho

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